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Desde que a Francisca é pequena que viajamos com frequência. A miúda já tem mais carimbos no passaporte que juízo. Tinha ela sete meses e decidimos ir percorrer uma data de países ali pelas Caraíbas que, como podem imaginar foi uma grande chatice… Essa foi a primeira vez em que ela andou de avião. As viagens aqui pelo no nosso país à beira mar plantado são por norma de carro ou comboio.
Mas, há cerca de duas semanas achei que irmos as duas, ao Porto, de avião ia ser muito mais fixe, mais rápido, mais cool, mais tudo. E não foi!
De manhã, enquanto eu tentava acrobaticamente fechar a mala do chinês com o seu fecho perro, a Xica pegava em brinquedos, quais bens essenciais e, ouvia-a dizer: “Isto vai, isto vai, isto vai…”
Já em modo stress disse-lhe: só um. Ela abdicou da corneta (graças a Deus) e lá se ficou pelo bebé e pela mala da doutora, cheia de pecinhas minúsculas, entre estetoscópios, termómetros e outros plásticos rosa inominados.
Fomos de metro. Outro erro. A menina adora andar de metro e eu achei que ia ser giro mas, ali em Moscavide já estava ela em altas gritos e eu em burnout enquanto equilibrava a mala, a outra mala a tiracolo, os sobretudos, o nenuco, a mala da doutora e a segurava com os meus dois braços fininhos.
Chegámos vivas ao transfer para o terminal 2 e no autocarro a mala da doutora abre-se, espalhando todo o seu conteúdo por lugares inenarráveis. Foi… bonito. (sim, é ironia)
Enquanto passava o passaporte pelo leitor óptico, a Francisca decide pôr a mão na porta automática. Foi assim uma sincronização perfeita: assim que eu coloco o passaporte, ela coloca a mãozinha e claro, trilhou um dedo. Foi mais o susto do que outra coisa mas o segurança ainda disse: “não podem deixar as crianças sozinhas”. A crítica implícita a eu ser uma mãe desnaturada foi perfeitamente merecida, já que a Francisca estava a 40cm de distância de mim e eu continuava a carregar toda a parafernália, tipo mula de carga. E uma ajudinha? Ah não… Isso é que é pedir demais, até porque eu era a única pessoa da fila (mesmo).
Por falar em fila, foi mais uma para o autocarro, no autocarro e na escadinha até ao avião e pronto: agora vamos finalmente curtir, pensei eu.
Também não. Na altura de colocar o cinto fez a maior birra da história da aviação e sim: ela foi aquela criancinha que todos temos vontade de esganar uma vez na vida.
No fim de contas sobrevivemos  para contar a história e como não bato muito bem dos pirolitos em breve vamos repetir tudo outra vez mas com alguns upgrades, em modo de manual de sobrevivência básico:

  • Nada de malas, uma mochila é o ideal porque deixa os braços livres para qualquer eventualidade e acreditem, são sempre muitas…
  • Quando se diz “só um brinquedo” deverá ser mesmo só UM. Não acreditem quando um puto de 2 anos antes de sair de casa jura a pés juntos que vai ser responsável pelo dito cujo: é um embuste que durará apenas o tempo de descerem o elevador!
  • Viagem e tenham aventuras na primavera, verão ou outono. No Inverno ninguém merece carregar com casacões que têm que pôr e tirar constantemente. Para além disso, mesmo eu sendo minimalista, no inverno, dois camisolões de lã já são o suficiente para pôr a mala a rebentar pelas costuras.
  • Levem um snack que ele(a) goste. A Francisca adora fruta desidratada, grande falha não ter colocado um pacotinho de 20 minutos de sossego na mala.
  •  Tomem um chá de cidreira antes de sair de casa e pronto: vai tudo correr bem!

Viajar com miúdos pode ser cumulativamente das coisas mais giras ou desesperantes à face da terra mas uma coisa é certa: deixa sempre muita histórias para contar!

2 Comments

  • Luana Rita Marmorato diz:

    Blog maravilhoso! Sou avó de três garotos de 4 anos e meio, 4 anos e 9 meses. Estou sempre “antenada” com alimentação de que minhas filhas oferecem aos pequenos…
    Uma fase difícil e este blog poderá muito nos ajudar! Obrigada!

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