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Viajar é um vício, daqueles que me faz sonhar acordada. Chego a achar que podia trabalhar numa agência de viagens de tantos planos e roteiros que estou constantemente a projectar. O que é certo é que viajar com os rebentos é um bocadinho diferente… Talvez por isso e com as férias mesmo à porta, muitas mamãs me têm perguntado: “Já foram de férias com a Xica? Como correu? Como fizeram com a alimentação?” Calma!! Correu tudo tão bem que o pior foi mesmo regressar do bem bom! E não fizemos por menos, senão vejamos: tudo começou com um voo de nove horas com destino a Miami, quando a Francisca tinha pouco mais de sete meses e meio, seguido de uma escapadinha pelas Caraíbas. Tudo sem nos safarmos dos lamuriosos comentários das vovós que sugeriam baixinho que deixássemos a menina, para umas relaxantes férias a dois.
Mas lá fomos, os três! Fizemos um ou dois telefonemas para nos certificarmos que a comida do bebé, podia ir na bagagem de mão. Tudo ok! Quando se trata dos garotos a segurança não reclama e o máximo que pode acontecer é pedirem-vos para fazer prova: “Vai umas colherezinhas de sopa às 9h da manhã?”
Assim, para o dia do voo, levei uma sopa congelada e outra fresca. Quando senti necessidade pedi à assistente de bordo para aquecer esta última. Na mesma mala térmica viajava a sempre prática bananinha, umas bolachinha de aveia e cenourinha cozida, para o lanche.
Com tanta maminha que lhe ofereci na descolagem e aterragem para minimizar os efeitos da pressão nos ouvidos e aliás, durante todo o voo para a manter bem disposta, só no hotel pedi para aquecer a segunda sopa que ainda estava tipo pedra.
Já no dia seguinte, num supermercado local comprei fruta, tal como abacate, que ela adora e lhe serviu de lanche. Fiz-lhe uma papinha com um bocadinho de farinha de arroz que levei e misturei papaia para a tornar mais apetitosa e claro, como não há regra sem excepção e é difícil fazer papas caseiras quando não estamos propriamente em casa, a Francisca inaugurou o seu primeiro boião de legumes, que tive o cuidado de escolher criteriosamente mas que também comprei por lá.
No terceiro dia embarcámos num cruzeiro pelas Caraíbas e a primeira coisa que fiz foi falar com o responsável, pedindo se seria possível confeccionarem as papinhas da Francisca: simples purés de legumes e cerca de uma colher de sopa de carne ou peixe, tudo sem sal. O azeite adicionava eu! Para o lanche um puré de fruta ou fruta inteira, que uma vez ou outra enriquecia com a tal farinha de arroz que tinha levado. Ao almoço e jantar lá me deliciava a provar as deliciosas refeições que lhe preparavam e que não eram muito diferentes das que lhe fazia em casa e todos ficavam encantados ao ver a única tripulante com um atendimento de chef personalizado comer. É que pelos vistos os bebés Americanos, habituados aos boiões, não achavam piada nenhuma aos ditos purés… Tenho a certeza que se a Xica soubesse pensaria: “Hummm, mais fica!”
Se este é o nosso ideal de férias? Não! Nós somos mais do género, mochila às costas, sem nada marcado e só Deus sabe o dia de amanhã. Mas como andámos tão cansados, este foi o nosso ideal de férias presente e possível. Muitos hotéis, preparam com igual esmero a tal sopa/puré de legumes, já que ninguém resiste a um pedido para um bebé e em caso de dúvida podem sempre pregar uma mentirinha inocente: “alergia ao sal!”. Algo insólito mas ninguém quer ter a reputação de ter provocado uma intoxicação ou choque anafilático numa criança de meses , pois não? Se o seu alojamento tiver cozinha, leve a varinha mágica e tem a vida feita, já que mercados existem em todo o lado, até em países do terceiro Mundo! Se se tratar de uma escapadinha de poucos dias, relaxe e desligue o complicómetro. Tal como nós os bebés também se adaptam e de uma coisa tenho a certeza: nunca vi a minha filha tão feliz!

2 Comments

  • Nadia diz:

    Olá Sandra

    Eu também comecei a viajar com o meu bebe quando ele ainda tinha meses. A primeira viagem que fiz com ele, ele ainda estava nas papinhas. Levei as doses de comida dele congeladas para uma semana, e acondicionadas no saco térmico chegaram ao hotel 9 horas depois ainda em pedra. Se fizermos check-in das comidinhas com a bagagem elas aguentam muito bem, porque o porão está sempre frio. Chegando ao hotel, guardamos no mini-bar ou pedimos a cozinha do hotel para guardar (neste caso aconselho a selar bem os frascos com uma fita-adesiva, de modo a que não possam abrir. Só a fruta é que usava fresca.

    Agora nasceu mais uma menina e vou viajar daqui a uns meses. Com ela estou a pensar fazer BLW porque penso que vai facilitar a questão da alimentação dela durante as viagens

    Obrigada pelas excelentes dicas.

    • Sandra Santos diz:

      Olá Nadia! Obrigada pelo seu testemunho. Viajar é sempre uma experiência fantástica e enriquecedora e não há porque fazer um bicho de sete cabeças ao viajar com miúdos pequenos, é ou não é? 🙂 Beijinhos

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