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Fui amamentada sem problemas até aos 18 meses. Já o meu irmão só mamou 3 meses, tal foi a infecção que a minha mãe apanhou, que a fez desistir. Entretanto a minha melhor amiga foi mãe, uns meses antes de mim e a amamentação durou uns dois penosos meses, dos quais não guarda boas recordações.
“Mas também pode correr tudo bem. Falei com a V. que ainda amamenta, o puto já tem 11 meses e ela diz maravilhas” – ouvi o João dizer-me, quando ainda estava grávida.
A intenção dele era tranquilizar-me sobre esse bicho-papão chamado amamentação mas as minhas hormonas à beira de um ataque de nervos falaram mais alto: “não me venhas já com comparações, se não conseguir paciência e blábláblá”, entre outras alarvidades que francamente já não me recordo.
Olhando para trás acho que foi o medo a falar mais alto, a insegurança, o sentir-me pior mãe se falhasse. E então? Então o melhor é pôr-me já à defesa para que se tudo correr mal ninguém sequer ouse falar sobre o assunto”, pensaram as hormonas.
Ela nasceu e foi perfeito, estive sempre calma, sem dores e foi tal e qual como ouvimos uma parteira dizer a dada altura: “Vamos fazer um parto bonito!”.
Passado meia hora estava de pé à procura de um tabuleiro de comida que haviam deixado algures – que isto de trazer meninos ao Mundo dá cá uma fome daquelas – o que me valeu um ralhete da enfermeira de serviço…
Mas antes a Francisca ainda mamou, não senti nada, para além de amor, nem percebi se ela estava a mamar ou se estava só para ali encostada, quanto mais se mamava bem ou mal, até que lá me informaram que ela estava a fazer uma boa pega.
Nas 24 horas que se seguiram toquei muito à campainha: “vá lá, venham ajudar-me a fazer judiarias à pequena que ela não acorda e está na hora de mamar”.
Nunca pensei que não ia conseguir, aliás nem pensava, não fazia parte dos planos, enfiava-lhe os mamilos na boca como podia e ela sem mostrar muito interesse lá chupava. De tanto forçar ficaram um bocadito massacrados, doía, mas só no instante em que ela pegava, passava uns segundos depois.  Com lanolina, uma pomadinha milagrosa, cicatrizou logo.
No dia seguinte estava óptima e a Francisca apesar de ter perdido imenso peso, dada a sua greve de fome inicial, tinha agora acordado para a vida e mamava como gente grande.
Só faltava superar a subida do leite mas o leite veio e eu nem dei por ele:
“Pá, isto sai um líquido branco, que presumo ser leite mas então e a tal subida?”
Não tive dores, nem dei por nada…
A confiança foi talvez o pequeno grande ingrediente que acredito ter feito toda a diferença e vá, talvez um bocado de sorte à mistura, no entanto, como cada caso é um caso, não gosto de cantar de galo, até porque não sei se vou ter mais filhos e não vá o diabo tecê-las, não quero agoirar mas quando tanto se fala das dificuldades em torno da amamentação decidi partilhar esta minha experiência.
Agora sou eu que digo: “Mas também pode correr tudo bem” e é a vossa vez de gritarem comigo. Vá que eu aguento!

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21 Comments

  • Sara Cruz diz:

    Quase 6 meses de amamentação e é tudo tão natural. Graças a Deus, foi e é tudo MT tranquilo.
    Obrigada pelas dicas das sopinhas, já tirei algumas ideias.
    Ótimo blog.
    Beijo

  • Rosana martins diz:

    Ps; tenho de acrescentar que o pediatra aos 3meses (pediatra e familiares) diziam q só o leite não chegava, apesar de engordar bem, q devia de dar suplemento. Resoltado, ouvidos moucos pra família, Qto ao pediatra, mudamos! 🙂

  • Rosana martins diz:

    Adoro este blog!!
    A minha pipoca tem 2anos e meio, e amamentei até as 2 anos e 3 meses, e foi ela que decidiu deixar a mama 😉 os primeiros dias fiquei destroçada! Amamentar nunca foi doloroso, nunca senti dor nem nada do gênero, por isso deixa tanta mas tanta saudades!
    Aproveitem bem os vossos bebes, estes momentos são únicos!

    • Sandra Santos diz:

      Olá Rosana, por aqui já vamos a caminho dos 13 meses de maminha… Não sei até quando vou amamentar a Francisca mas tenho a certeza que também me vou sentir destroçada quando ela deixar a mama. É um ciclo que se fecha e nunca mais as vamos ter assim desta forma tão próxima, tão íntima e tão só nossa e é tão bom… 🙂
      Obrigada pelo seu comentário e beijinhos para a pipoca!

  • Marisa diz:

    Revejo-me totalmente no teu discurso. O primeiro dia foi complicado o Santiago pegar nos meus mamilos, mas depois era só vê-lo engordar! Não “tive a assustadora subida de leite”! O que psicologicamente ajudou em muito, visto que o primeiro mês, foi só choro, sem qualquer motivo, porque tive a sorte do meu lado! Mamou em exclusivo até aos 5 meses, mas sempre com opiniões desnecessárias atrás de mim! Engordava sempre mais que a média, mas ainda vem uma ou outra pessoa dizer que o leite não chega!
    Gosto muito do que tens escrito, sou fã! Continuação de um bom trabalho! beijinhos

    • Sandra Santos diz:

      São os vossos comentários, dúvidas e incentivo que me inspiram e motivam para continuar a escrever e trabalhar. Obrigada Marisa!!

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