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Chegou a hora da introdução alimentar e é frequente perguntarem-me se os iogurtes para bebé são uma boa opção ou se os naturais, tipo dos “nossos” são mais interessantes e vantajosos do ponto nutricional e económico.

Bom, desde cedo revelamos uma preferência para o sabor doce, já que este é inato. Deste modo, ao adicionarmos açúcar aos alimentos, sabemos que o bebé vai aceitá-los melhor e comer com vontade. Mas quais as consequências?

Os iogurtes para bebé, assim rotulado e apresentado pela maior parte das marcas, tem açúcar ou maltodextrinas entre a sua lista de ingredientes.

Já grande parte dos iogurtes naturais – “iogurtes dos nossos, para adultos” – como muitas mamãs lhes chamam, só contêm leite e fermentos lácteos na sua composição.

Não parece um contra-senso?A falta de informação leva a que os papás confiem e até estejam dispostos a gastar mais uns trocos por um iogurte para bebé com uma carinha laroca e fofa na embalagem, que transmite segurança e confiança.

Acreditamos numa indústria consciente, que só quer o melhor para os nossos rebentos mas por detrás da indústria existe uma gigantesca máquina de marketing, preocupada com vendas e em satisfazer a preferência pelo doce dos jovens consumidores.

Certo é que o açúcar aumenta significativamente o risco de no futuro o seu filho sofrer de doenças como diabetes, obesidade, entre outras e aparece muitas vezes disfarçado nos rótulos sob a forma de muitos outros nomes,  como sacarose, maltodextrinas, etc..

Contudo, alguns (mas nem todos) dos iogurtes para bebé são feitos a partir de leite de vaca adaptado, o que iogurtes para bebé permite que sejam introduzidos na alimentação do bebé logo aos 6 meses, enquanto os ditos para adultos são produzidos a partir de leite de vaca inteiro.

O leite de vaca inteiro só deve ser introduzido aos 12 meses, excepto em pequenas quantidades, em algumas preparações culinárias. Porém,  o efeito prebiótico e probiótico do iogurte (alimento fermentado), com conhecidas vantagens ao nível da flora intestinal, justifica a sua introdução  precocemente.

Posto isto, as anteriores recomendações, de 2012 (Sociedade Portuguesa de Pediatria) apontavam para a introdução do iogurte somente a partir dos 9 meses. Com a Francisca acabei por esperar até aos 9 meses, seguindo sempre o mesmo princípio: deve aceitar o alimento isolado e só depois brincamos com diferentes combinações.

Contudo, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e as atuais recomendações, de 2017 (ESPGHAN – European Society for Paediatric Gastroenterology Hepatology and Nutrition) ditam que todos os alimentos podem ser oferecidos a partir dos 6 meses, com exceção do açúcar, mel, sal, bebida de arroz e chá de funcho.

Concluindo, sobre a nossa questão: iogurte para bebé, sim ou não? Inclino-me claramente para o não, uma vez que, atualmente a questão da altura de introdução já não se coloca e ambos os iogurtes, sejam iogurtes para bebé ou não, podem ser oferecidos a partir dos 6 meses e, claramente os naturais são a melhor opção.

Relembro ainda que a composição do iogurte natural deve ser  apenas leite e fermentos lácteos.

Com a Francisca, comecei gradualmente com uma ou duas colheres, até porque ela a princípio não amou. Mas após três tentativas estava completamente aprovado. Então, comecei, volta e meia, a juntar fruta.

A minha Xiquinha amava e até começaram as primeiras palminhas! Boa, meu amor!

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89 Comments

  • Cátia Duarte diz:

    Olá, boa tarde. Desde já agradeço as suas partilhas que de facto são uma óptima forma de inspiração para variar e manter o mais saudaveis possiveis as ementas dos nossos bebés. Tenho uma bebé de 7 meses e meio e só pretendo inserir o iogurte a partir dos nove meses e como forma de ir variando nos lanches. Tenho uma iogurteira e gostaria de ser eu a confeccionar os iogurtes. A minha duvida prende-se com o tipo de leite que posso usar. A minha filha bebe o meu leite e suplemento com leite de transição.

    • Sandra Santos diz:

      Olá Cátia, A partir dos 9 meses pode fazer iogurtes com leite de vaca gordo (pacote) e sempre pasteurizado ou ultrapasteurizado (UHT). A marca é um bocadinho irrelevante, principalmente tendo em conta que o leite, neste caso, não é o produto final e que ainda vai passar pelo processo de fermentação que dará origem ao iogurte. Atenção: o leite de vaca em si, só pode ser introduzido a partir dos 12 meses, No entanto abre-se a excepção para os iogurtes, pelos efeitos benéficos mencionados no artigo! Embora possa fazer os iogurtes com a fórmula (leite adaptado) que a sua filha toma, a partir dos 9 meses, já não há essa necessidade. Beijinhos

  • Ana Rita Gomes diz:

    Obrigada, irei experimentar as suas receitas com toda a certeza. Só mais uma duvida, tenho usado a papa láctea da holle sem glúten, esta também posso misturar com fruta? Acho que li em qualquer lado que a fruta absorve o cálcio do leite, é verdade?

  • Ana Rita Gomes diz:

    Olá Sandra, Parabéns pelo blog, tenhho gostado muito dos assuntos abordados.
    Este em especial, deixou-me a pensar, a nossa pediatra sugeriu inserirmos os iogurtes ao lanche, aos 6meses, os de leite adaptado.
    Como o Rafael esta com a avo, porque a mamã teve que voltar ao trabalho, que lanche saudavel hei-de escolher para substituir a maminha? Se quizesse optar pelos iogurtes naturais de adultos aos 9meses.

    Aguardo a sua opiniao.
    Obrigada

    • Sandra Santos diz:

      Olá Rita, No blog tem duas sugestões interessantes e que sabem mesmo bem: papinha de arroz com alperces secos e Papinha de batata doce com banana
      Em breve publicarei mais receitas e sugestões, tal como uma papinha com flocos de aveia e maçã, que é simples e deliciosa! Entretanto, nos dias mais difíceis, eu cheguei a fazer algumas papinhas da marca Holle, que considero interessante, tendo em conta que os cereais não têm açúcar adicionado, são fáceis de digerir e pode enriquecê-los adicionando fruta ou leite do bebé. Ocasionalmente e para uma eventualidade pode dar um desses iogurtes, com leite adaptado. Com filhos todos sabemos que o óptimo é sempre inimigo do bom… 🙂 Beijinhos, Sandra

  • Andreia Inácio diz:

    Parabéns pelo blog! Também sou nutricionista e futura mamã e deparo-me diariamente com situações semelhantes sobre qual a melhor opção quer para miúdos como para graúdos.
    Os artigos são bastante esclarecedores para os mais leigos no assunto.
    Mais uma vez parabéns!

    • Sandra Santos diz:

      Ser nutricionista exige mais de nós! É uma grande responsabilidade e às vezes é difícil saber qual a melhor escolha. Quando optei pelas papinhas caseiras, tive imensas dúvidas e ainda tenho… Mas tem sido giro e enriquecedor, investigar os mais diversos temas mesmo que nem sempre encontre respostas absolutas ou inequívocas; mas no que toca à nutrição também já estamos habituadas a isso, não é verdade? 😉 Muitas felicidades para a futura mamã!

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