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O meu filho tem excesso de peso?

Ainda me recordo num congresso de nutrição, era eu ainda estudante, de numa das conferências terem projectado a imagem de duas crianças.

Qual das duas teria excesso de peso ou obesidade infantil? Uma delas era um bebé, roliço e a outra era uma criança com os seus 4 ou 5 anos aparentemente com um peso “normal”. A maioria da audiência respondeu: o bebé! A maioria da audiência errou!

Obesidade Infantil em Portugal:

Em Portugal, uma em cada 3 crianças tem excesso de peso ou é obesa. A obesidade é efectivamente uma doença, que afecta 25% das crianças com menos de 10 anos. Hoje em dia, vivemos num ambiente obesogénico, Isto acontece porque existem muitos factores que contribuem para a aquela que é considerada a epidemia do séc. XXI.

As crianças mexem-se menos, ficam mais tempo a ver tv e tablets, têm muita oferta de alimentos ricos em açúcar e gordura, desde bolachas, chocolates, gomas, gelados e consumo insuficiente de horto-frutícolas. Entre outras circunstâncias que potenciam estes indicadores.

As estatísticas enfatizam a necessidade de mudança de paradigma. Qual o primeiro passo para a mudança? A consciencialização. Quando o nosso filho tem uma bronquiolite, quando achamos que vê mal, o que fazemos? Levamo-lo ao médico. No caso de uma criança com excesso de peso ou obesidade há um sub-diagnóstico. Muitas vezes os pais encontram desculpas. “Ele sempre foi entroncado.” “Ela tem barriga mas também tem excesso de altura e os braços até são fininhos…”

Os pais NÃO devem desprezar a situação, nem devem tratar a doença como “uns quilinhos a mais que a criança ganhou nas férias”. O sucesso de luta contra a obesidade infantil depende da postura dos pais relativamente à mesma. Os pais fazem uma tempestade num copo de água quando a criança está simplesmente constipada mas ignoram uma doença com consequências graves a médio e longo prazo, quer a nível físico, quer cognitivo e emocional.

Qual o primeiro passo? Um correcto diagnóstico! Nenhuma avaliação deve ser feita a olhómetro. Como viram uma plateia cheia de nutricionistas ou futuros nutricionistas errou.

Ainda a este respeito, aconteceu-me outra situação curiosa, por lapso, achei que a Francisca pesava 19,6kg e quando confrontei este valor com o da sua altura e calculei o IMC, através das curvas constatei que tinha excesso de peso. Fiquei mesmo transtornada. Afinal tudo não passou de um lapso, voltei a pesá-la e o valor era afinal de 17,6kg. Dois quilos que para esta idade e altura fazem toda a diferença.

Foi um enorme alívio. Ela nem sequer estava “gordinha” mas como já vimos essa percepção pode ser um embuste. Se ela tivesse excesso de peso mais valia que o soubéssemos e pudéssemos fazer algo a esse respeito do que simplesmente ignorar, subestimar ou desvalorizar como acontece em muitos dos casos. Esse é um erro crasso.

Lembrem-se que a obesidade é uma doença crónica, silenciosa, que a longo prazo pode levar a várias co-morbilidades ou doenças associadas como diabetes, hipertensão, colesterol elevado, doenças cardiovasculares e até alguns tipos de cancro.

Para além dos aspectos emocionais relacionados com a doença: o preconceito, o bulling, o desconforto com o próprio corpo, a ansiedade, tristeza e até depressão.

Como Calcular o IMC da Criança?

É certo que o diagnóstico deve ser feito por um nutricionista ou médico, contudo para vos ajudar a ter um melhor discernimento, vou ajudá-los  a fazer o diagnóstico, com base no método que é actualmente recomendado, usando para isso as curvas de crescimento da Organização Mundial de Saúde:

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Posto isto, se desconfia que o seu filho possa estar com uns quilinhos a mais não hesite em procurar acompanhamento profissional. Por vezes, pequenas mudanças na alimentação são suficientes para reverter um quadro de obesidade infantil e, terão um impacto enorme na saúde do seu filho a médio e longo prazo. E isso, não tem preço!

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