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Tínhamos ido à praia e enquanto uns miúdos se lambuzavam com bolas de Berlim consegui desviar-lhe a atenção para as amêndoas e a banana que levávamos na mochila. Correu bem, sem dramas e eu fiquei orgulhosa. Acontece que como em quase tudo na vida e especialmente em sentido literal neste verão: foi sol de pouca dura…

Poucos dias depois, quando a fui buscar à creche, a educadora disse-me: “Sandra na sexta os meninos vão comer meia bola de Berlim. É o último dia da quinzena de praia”. Devo ter feito uma cara. Não sei qual mas eu faço sempre caras. “Claro que perceberam: tu não consegues disfarçar.” – diz quem me conhece, sem me alimentar esperanças. Damn it. O meu maior problema na vida: planta-se-me na fronha todos os pensamentos, mesmo aqueles que tento reprimir com um breve sorrisinho.

Na verdade, não fiquei chateada. Como já disse várias vezes eu acredito nas excepções e não acho que venha mal ao Mundo que coma meia bola de Berlim uma vez por ano. O problema é que a partir daquele exacto dia, já nunca mais iria ser só uma vez no ano.

Eu conheço a minha filha e a professora acabara de me passar a bola de ter que lhe dizer que “NÃO” nas muitas das nossas próximas idas à praia. Assim foi, ou bem, mais ou menos… Fomos no outro dia. Nos olhos dela via duas bolas de Berlim a reluzir. Não, não era a praia que lhe trazia aquele entusiasmo. Brincar na areia? Acessório. Um banhinho de água gelada? Esta sai à mãe e prefere arroz sem sal a enregelar até aos ossos. E se eu vou pela vitamina D, vulgarmente conhecida como bronze, a Xica nem precisa com aquela cor de me fazer morrer de vergonha e que pelo contraste só evidencia ainda mais o meu tom de espetada de lula. Ok. Comemos meia bola cada uma. Confesso que com tanta excitação até eu que nem sou fã fiquei com vontade…

“Mãe, com creme ou sem creme?”. A sério: a cultura pasteleiro-futebolística da minha filha chega a este ponto, de saber que existem as duas versões? Afinal, os filhos são mesmo do Mundo e nem eu nem a ASAE a podemos salvar. Não faço ideia de como serão os próximos capítulos mas de uma coisa tenho a certeza: a minha filha descobriu MESMO a bola de Berlim…

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2 Comments

  • Fernanda Santos diz:

    Como a compreendo…aconteceu exatamente o mesmo comigo! Help 🙁
    Também acho que é “um caminho sem volta”, esta coisa do açúcar…é a bolinha na praia porque é o último dia e uma das mães lembrou-se de oferecer a todos os meninos ( e porque não uma bela, saudável e fresquinha salada de frutas!!??), é o geladinho (que o “belo do paizinho” que pesa quase 100 quilos diz que “de vez em quando não faz mal”! Tirem-me deste filme, porque às vezes sinto-me uma extraterrestre :/

    • Sandra Santos diz:

      Olá Fernanda! Efectivamente de vez em quando não faz mal, o problema é que a partir do momento em que eles descobrem a pólvora… estamos lixadas… 🙂 Depois lá vêm os NÃOS e as birras! Também fazem parte mas em todo o caso quanto mais tarde melhor. Beijinhos, Sandra

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