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Por vezes recebo e-mails e mensagens de mães a queixarem-se dos bolos de aniversário que os coleguinhas dos filhos levam para a escola. Algumas pedem-me dicas de bolos sem açúcar e outras procuram bolos em blogs da moda. Encontram várias alternativas e acreditam profundamente que, na sua maioria: açúcar? Nem vê-lo!
Nesses bolos, o açúcar (de cana) é substituído por açúcar de coco, xarope de agave, geleia de arroz e afins. Já o disse anteriormente e repito: do ponto de vista fisiológico é praticamente a mesma coisa.
Por isso, mais importante do que a “qualidade” do açúcar que consumimos devemos ter atenção sobretudo à quantidade e frequência com que o fazemos.

Volta e meia viajo até uma aula de Nutrição Humana, na faculdade, em que nos foi colocada a seguinte questão: é preferível lanchar um copo de Ice tea e duas bolachas de água e sal ou um chá/infusão (sem açúcar) e uma fatia de bolo caseiro?
Depois de alguma discussão chegámos à conclusão que a segunda hipótese era claramente mais vantajosa do ponto de vista nutricional.

Assim, depois das crianças lancharem a fruta, o pão, iogurte e por aí fora, não me incomoda que possam assinalar o aniversário de um amiguinho com uma fatia pequena de bolo caseiro.
Afinal, a alimentação faz parte de um processo que para além de fisiológico é cultural e social.
Os miúdos adoram cantar os parabéns e a título EXCEPCIONAL e em PEQUENA QUANTIDADE é aceitável que possam comer um docinho caseiro.
Uma forma de tornar o bolo mais saudável (mais do que tentar encontrar a pólvora substituindo o açúcar por um produto similar) é adicionar-lhe fruta, oleaginosas, legumes (quem não adora bolo de cenoura?), usar farinha integral em vez de refinada e reduzir significativamente a quantidade de açúcar da receita original.

Então, o que raio me põe os nervos em franja e os cabelos em pé, num mix que compila o pior da Marge Simpson e da Cruella de Vil?
O saquinho de brindes, que é como quem diz: a tralha de gomas, chupas, rebuçados, pintarolas e o diabo a quarto, que os putos trazem para casa!

Pergunto: há mesmo necessidade? Hoje a Francisca entra-me pela porta com um saco cheio. A miúda vem em delírio, ainda com os olhos esbugalhados. Até podia ter tentado escondê-los mas já era tarde demais e sabem porquê? Porque a Xica é esperta e já sabe que quando um amigo faz anos, vai quase de certezinha ter direito a trazer o tal saquinho para casa.

Em conversa com algumas pessoas percebi que, não distribuir o tal saquinho parece mal… É tipo ir a um casamento e não trazer a foto dos noivos impressa numa porcelana fina made in loja dos chineses. Claro que o recuerdo vai parar ao fundo de uma gaveta ou será dissimuladamente esquecido para todo o sempre e sem qualquer remorso num qualquer cantinho da sala, logo após o rebolanço do “I´m a single lady” da Beyoncé. Brindes que custaram uma pipa de massa, que não servem para absolutamente nada mas que parece mal não oferecer… Cabe na cabeça de alguém? Não, pois não?

Mas pelo menos a porcelana não prejudica a saúde de ninguém. Bom, quando exposta faz mal à vista mas fora isso… Já as guloseimas vêm embrulhadinhas de cáries e calorias vazias. Não chegava o bolo, porquê?

Amiguinhas(os), para a próxima, se querem mesmo dar alguma coisa, ofereçam um livrinho e se isso for caro, uma fotocópia do noddy para pintarem em casa também serve ou então não ofereçam NADA.
O que até é bem mais fixe, não estimulam o capitalismo exacerbado e educam os miúdos a darem valor às pequenas coisas. Porque mais importante do que as coisas são mesmo os momentos que partilhamos, cantamos, comemos e sopramos juntos!!!

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